domingo, 21 de fevereiro de 2010

Veja cronologia da vida de Dilma Rousseff

Uol
Fernando Rodrigues
Em Brasília

Do nascimento em Belo Horizonte a ter sido nomeada oficialmente pré-candidata presidente no 4º Congresso Nacional do PT, veja os principais fatos da vida de Dilma Rousseff. Todas as datas e nomes foram checados com a própria Dilma Rousseff e com sua assessoria.

14.dez.1947
Nasce em Belo Horizonte (MG) Dilma Vana Rousseff, filha de Pétar Russév (Pedro Rousseff), búlgaro naturalizado brasileiro, e de Dilma Jane Silva, nascida em Friburgo (RJ), mas radicada em Uberaba (MG). É a segunda filha do casal. O primeiro foi Igor, nascido em janeiro do mesmo ano.



1951
Nasce a caçula da casa, Zana.

1952
Ingressa na pré-escola no colégio Isabela Hendrix.

1955
Aos 7 anos, Dilma é matriculada na 1ª série do Colégio Nossa Senhora de Sion, em Belo Horizonte.

A infância de Dilma Rousseff



* Veja mais fotos, clicando no seguinte LINK:


http://noticias.uol.com.br/album/100221arquivo_dilma_album.jhtm?abrefoto=4



1962
Morre Pedro Roussef, quando Dilma tinha 14 anos.

1964
Aos 16 anos, presta concurso e começa no Colégio Estadual Central (hoje Escola Estadual Governador Milton Campos), na 1ª série do curso clássico de "Ciências Sociais".

Começa a militar como simpatizante na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop.

Em 31 de março, golpe de Estado instaura no Brasil uma ditadura militar.

1967
Faz vestibular e começa na Face (Faculdade de Ciências Econômicas) da UFMG.

Na primeira semana de aula, faz campanha e ajuda a eleger como o representante da turma do 1º ano José Aníbal (hoje deputado federal pelo PSDB de São Paulo). Dilma e Aníbal militavam juntos na Polop.

Em setembro, aos 19 anos, casa-se no civil com Cláudio Galeno Linhares (jornalista, nascido em 1942 e na Polop desde 1962).

Polop se divide entre defender a luta armada ou combater a ditadura por meios pacíficos. Dilma adere ao Comando de Libertação Nacional (Colina), a favor de ações armadas.



* A trajetória da ministra em fotos

http://noticias.uol.com.br/album/dilmaesp_album.jhtm?abrefoto=1

1968

Ditadura baixa em 13 de dezembro o Ato Institucional nº 5, fechando ainda mais o regime.

Dilma e Galeno passam a dormir em locais diferentes para despistar policiais.

1969
Em janeiro, edifício no qual vive com o marido no centro de Belo Horizonte é cercado por viaturas do Dops, em Belo Horizonte. Dilma e Galeno conseguem escapar.

Passa a viver na clandestinidade. Usa vários codinomes: Luiza, Wanda, Estela, Marina, Maria e Lúcia, entre outros.

Abandona o curso de economia na Face. Vai de ônibus para o Rio. Galeno também, separadamente.

Em março, Galeno vai para o Rio Grande do Sul. A distância acelera o fim do casamento. A separação é formalizada em uma viagem de Dilma a Porto Alegre.

Começa a namorar e a morar junto com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, militante de esquerda como ela.

Em encontros secretos realizados em Mongaguá (litoral de SP), na metade do ano, Colina e VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), liderada por Carlos Lamarca, decidem se unir. Formam a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Dilma participa do encontro. Seu já então marido, Carlos Araújo, também está presente e é eleito um dos dirigentes da nova organização.

Em julho, a VAR-Palmares executa sua ação mais ousada: o roubo do "cofre do Adhemar". O cofre que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros e era guardado na casa de Anna Capriglione, no bairro de Santa Tereza, no Rio. Há controvérsia sobre o valor encontrado dentro do cofre, que teria variado de US$ 2,4 milhões a US$ 2,8 milhões (em valores de hoje, de US$ 14 milhões a US$ 16,4 milhões).

Dilma nega ter participado dessa operação. Segundo Dilma, ela era da direção da VAR, mas não participou do planejamento nem da ação. Sabia que uma ação ia ocorrer, mas não sabia qual, e que após a operação não se fariam mais ações armadas.

Dilma faz treinamento de uso de armas, por cerca de duas semanas, em uma fazenda no Uruguai, próxima à fronteira com o Brasil.

Em setembro de 1969, menos de quatro meses depois de sua criação, a VAR-Palmares sofre um racha. Volta a existir a VPR, com Lamarca. Do outro lado ficam Dilma e Carlos Araújo, numa VAR-Palmares disposta a fazer ações políticas e menos guerrilha.

Em outubro, a mando da direção da VAR, muda-se do Rio para São Paulo.

1970
Em 1º de janeiro, o ex-marido Cláudio Galeno participa do sequestro de um avião em Montevidéu, no Uruguai, e refugia-se em Cuba.

Presa em 16 de janeiro, em São Paulo. Fica detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é enviada ao Dops. É condenada em 3 Estados. Em São Paulo, a condenação foi de 4 anos; no Rio, de 1 ano e 1 mês; em Minas Gerais, de 1 ano. O total das penas foi de 6 anos e 1 mês de prisão e a cassação por dez anos dos direitos políticos.

Em julho, Carlos Araújo é preso.

1972
Consegue redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar) porque os 3 processos diziam respeito à mesma acusação. Sai da prisão no fim do ano.

1973
Passa breve temporada em Belo Horizonte, na casa da mãe. Depois, muda-se para Porto Alegre. Mora na casa dos sogros, Afrânio (advogado trabalhista) e Marieta Araújo, e depois aluga um apartamento.

Passa a visitar semanalmente o marido Carlos Araújo, que ainda cumpria pena no presídio da ilha, em Porto Alegre.

Começa a fazer cursinho pré-vestibular. Os dois anos de economia cursados em Belo Horizonte não poderiam ser aproveitados, pois a UFMG jubilou os alunos envolvidos na militância de esquerda, anulando todos os créditos.

1974
Entra para a faculdade de Ciências Econômicas, na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Carlos Araújo é libertado em junho.

1975
Começa a trabalhar na FEE (Fundação de Economia e Estatística), órgão do governo gaúcho.

1976
Em 27 de março, nasce Paula Rousseff Araújo. Dilma tinha 28 anos.

Morre a irmã mais nova, Zana Lívia.

Sem se filiar, faz campanha a favor do MDB na eleição de vereadores.

Ajuda a organizar debates no Iepes (Instituto de Estudos Políticos e Sociais), mantido pelo MDB (presidido no RS à época por Pedro Simon).

1977
Forma-se em economia na UFRGS.

Perde o emprego na FEE porque seu nome é relacionado numa lista, a chamada "lista do Frota", de funcionários públicos acusados de subversivos pelo general linha dura Sylvio Frota, então ministro do Exército.

1978
Decide fazer pós-graduação no Instituto de Economia da Unicamp, em Campinas (SP), para onde se muda com a filha. Carlos Araújo faz visitas com frequência quase mensal.

Fica matriculada no curso de pós-graduação (nível mestrado) em Ciências Econômicas da Unicamp de março de 1978 a julho de 1983. Nesse período, cumpre os créditos exigidos pelo programa, mas não apresenta a dissertação necessária para obter o grau de mestre.

1979
Cumpre os créditos do mestrado na Unicamp, em Campinas (SP) .

1980
No dia 16 de julho, ingressa na Assembleia Legislativa do RS, onde trabalha até 31 de dezembro de 1985, a maior parte do tempo como assessoria da bancada do PDT.

1981
Separada de fato há muitos anos do primeiro marido, oficializa o divórcio amigável de Cláudio Galeno -mas continua usando o sobrenome "Linhares".

1982
Participa da campanha de Carlos Araújo, que ganha sua primeira eleição para deputado estadual pelo PDT.

1985
Participa da campanha vitoriosa de Alceu Collares (PDT) a prefeito de Porto Alegre.

Deixa o trabalho na Assembleia Legislativa do RS em 31 de dezembro de 1985.

1986
É nomeada por Collares secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre.

Participa da campanha de Carlos Araújo, que ganha segunda eleição para deputado estadual pelo PDT.

1988
Faz campanha para o marido, Carlos Araújo, candidato do PDT à Prefeitura de Porto Alegre. O vencedor é Olívio Dutra (PT).

1989
Com o PDT fora da Prefeitura de Porto Alegre, deixa o cargo de secretária da Fazenda.

Indicada pelo PDT, assume em 1º de janeiro o cargo de diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Faz campanha para Leonel Brizola (PDT), candidato a presidente. No segundo turno, faz campanha para Lula (PT).

1990
Deixa a o cargo de diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre em 21 de fevereiro de 1990.

Participa das campanhas de Alceu Collares, ao governo gaúcho, e de Carlos Araújo, que ganha terceira eleição para deputado estadual pelo PDT.

1991
Collares a nomeia presidente da FEE (Fundação de Economia e Estatística).

1992
Faz campanha para o marido, Carlos Araújo, candidato do PDT à Prefeitura de Porto Alegre. Araújo perde. Fica em terceiro lugar, atrás do vencedor Tarso Genro (PT) e de César Schirmer (PMDB).

1993
Assume em 1º de dezembro de 1993 como secretária de Minas, Energia e Comunicações do governo Collares.

1994
Participa da campanha de Carlos Araújo, que ganha sua última eleição para deputado estadual pelo PDT.

Depois de 25 anos de relacionamento, Dilma e Carlos Araújo se separam.

1995
Deixa em 2 de janeiro a Secretaria de Minas, Energia e Comunicações.

1996
Reconcilia-se com Carlos Araújo e voltam a viver juntos.

1998
Matricula-se em um doutorado na Unicamp em ciências sociais aplicadas (a universidade permite o ingresso no doutorado mesmo sem ter concluído o mestrado). Cursa o doutorado até dezembro de 1999 cumprindo todos os créditos obrigatórios, mas não defende tese.

1999
Formaliza mudança para o nome de solteira. Deixa de usar o sobrenome "Linhares", do primeiro marido, e volta a ser Dilma Vana Rousseff.

Indicada pelo PDT, assume em 1º de janeiro de 1999 como secretária de Minas, Energia e Comunicações do governo gaúcho na administração de Olívio Dutra (PT).

2000
Separa-se definitivamente de Carlos Araújo. Compra um apartamento na Vila Assunção, próximo à casa onde viveram juntos. Até hoje, quando vai a Porto Alegre, hospeda-se nesse apartamento.

2001
O PDT se desentende com o PT no Rio Grande do Sul. Dilma opta por deixar o partido e filiar-se ao PT. Permanece na Secretaria de Minas, Energia e Comunicações.

2002
Participa da formulação do plano de governo na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Deixa em 2 de novembro de 2002 o cargo de secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul.

Integra em novembro da equipe de transição de governo do PT, em Brasília.

Em 20 de dezembro, Lula anuncia a indicação de Dilma para o cargo de ministra de Minas e Energia.

2003
Em 1º de janeiro, assume como ministra de Minas e Energia.

2004
Esgota-se se o tempo para integralização dos créditos e para que defenda a tese de doutorado na Unicamp.

2005
Com a crise do mensalão, José Dirceu deixa a Casa Civil. Dilma é nomeada para o cargo e assume em 21 de junho.

2006
Lula é reeleito e mantém Dilma na Casa Civil.

2007
Lula toma posse do seu segundo mandato e lança o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma compilação de obras de infra-estrutura e medidas econômicas, cujo valor total anunciado pelo governo chegaria a R$ 503,9 bilhões de 2007 a 2010. A Casa Civil coordena as ações e Lula passa a chamar Dilma de "mãe do PAC".

Lula começa a sugerir a aliados, em conversas reservadas, que Dilma pode ser sua sucessora.

2008
Em 28 de março, a "Folha de S.Paulo" revela que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, assessora de confiança de Dilma, deu uma ordem para que fossem compiladas todas as despesas realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher Ruth e ministros da gestão tucana a partir de 1998. À época, havia uma crise por causa dos gastos com cartões corporativos do governo Lula.

O governo nega tratar-se de um dossiê contra FHC, e sim de um banco de dados. O banco de dados está ativo e abrange também o governo Lula.

2009
Em 25 de abril, anuncia em entrevista coletiva no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, ter câncer no sistema linfático e que já iniciou um tratamento quimioterápico.

Em 7 de julho, no Rio, admite erro no seu currículo divulgado na página oficial da Casa Civil, que indicava a realização completa de cursos de mestrado e doutorado. Ela fez os créditos desses cursos, mas não apresentou dissertação nem tese.

Em 9 de agosto, a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira diz à Folha que num encontro com Dilma a ministra teria pedido que uma investigação realizada em empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma nega. Lina depõe no Senado e não apresenta provas da acusação.

Em 28 de setembro, médicos divulgam boletim afirmando que "Dilma Roussef encontra-se livre de qualquer evidência de linfoma, com estado geral de saúde excelente, podendo retornar a sua rotina normal".

Em 21 de dezembro, na cerimônia de lançamento do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, aparece pela primeira vez sem a peruca usada durante o tratamento contra o câncer.

Termina o ano consolidada em segundo lugar na pesquisa presidencial Datafolha, com 23%. José Serra (PSDB) lidera com 37%.

2010
É nomeada oficialmente pré-candidata presidente no 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília, realizado de 18 a 21 de fevereiro.